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Foto do escritorFabio Ritter

Baixinhos quebrando paradigma


Escrevo este texto principalmente para os Preparadores de Goleiro que seguem o Guarda-Metas.com. Há cerca de duas décadas se criou um dogma de que goleiro bom é o que mede 1,90 m ou mais. Desde então, nossas categorias de base dispensam goleiros de 1,83, 1,84 com a desculpa de que são baixos para a posição. Se privilegia os altos, na casa dos 1,90 m mesmo que não apresentem a técnica necessária. Pois a Copa do Mundo está dando um tapa de luva nessa bobagem. Vejamos porque.

Quem está acompanhando o Mundial certamente irá concordar que os grandes destaques da posição até o momento são Keylor Navas, da Costa Rica (1,84m), e Memo Ochoa, do México (1,85m). Navas foi o principal responsável pela classificação histórica de seu time para a segunda fase da competição. Fez defesas impressionantes diante do Uruguai, como a do chute de Forlán. Mostrou muita coragem e técnica nas saídas de gol pelo alto. No chão, é preciso com uma queda muito angulada. Compensa a pouca estatura com muita impulsão nas bolas pelo alto. Ontem, além de n defesas diante da Grécia, catou o pênalti decisivo. E essa atuação não é surpresa para quem acompanha o Levante, pois o goleiro foi destaque no último Campeonato Espanhol.

Ochoa mostrou muita, mas muita velocidade de reação em suas ações. Tanto no jogo contra o Brasil, quanto ontem na partida diante da Holanda, foi muito bem nas jogadas frontais. Também dispõe de muita impulsão.

Pois caso fossem brasileiros tais goleiros nem se quer chegariam a Série A, muito provavelmente. Algum preparador de goleiro das suas respectivas Categorias de Base os mandariam embora com 16 ou 17 anos, pois não teriam a altura de Série A.

Grande bobagem. Goleiro tem que saber tirar a bola do gol. Goleiro tem que impedir a bola de cruzar a linha. Se tiver 1,90 ótimo! Agora, não se pode deixar talentos para trás, como Navas e Ochoa mostraram nesta copa, para seguir um paradigma. É papel do formador de goleiros analisar o real potencial dos jovens e acreditar no talento. Nada substitui o talento. Alguns centímetros a menos podem ser compensados com técnica, personalidade forte e impulsão, atributos essenciais para um goleiro.

Pense nisso meu caro preparador. Não deixe passar por suas mãos novos Ochoas e Navas. Foco no talento já!

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