Faz horas que venho travando meus dedos para escrever esse post. Penso, hoje vou escrever. Depois penso um pouco melhor, reflito e desisto de ser tão decisivo. Mas como em toda grande decisão na vida (a de opinar nesse caso) sempre há um estopim. E esse veio ontem em uma cena de cerca de 1 minuto que traduz o momento vivido pelo goleiro mais vencedor da história do futebol brasileiro, Rogério Ceni do São Paulo.
A partida era contra o candidato ao rebaixamento, o Criciúma. O São Paulo levava acachapantes 2 a 0 em pleno Morumbi. O atacante Aloísio sofre então um pênalti e sai correndo pegando a bola, pedindo para bater. Posicionado, com firmeza, de frente para o gol ele dá uma leve olhada para trás. Talvez meio sem acreditar olha novamente. Assim, baixa a cabeça, pois lá estava vindo o capitão do time para a cobrança. Ceni bate e erra pela terceira vez seguida.
A cena esta mostra dois problemas graves, que talvez sejam os principais motivos da campanha pífia do tricolor paulista no Brasileirão. O primeiro é a insatisfação, claramente exibida por Aloísio nesse caso, do elenco do São Paulo com os privilégios do mito Ceni. Não pelos privilégios em si, mas sim pelo segundo problema que relatarei agora. Este, o problema técnico. Durante toda a história recente do São Paulo Ceni mandou e desmandou não somente em razão da sua história no clube, mas sim porque ele resolvia. Pegava tudo e ainda fazia gols. Assim, todo jogador baixava a cabeça para ele e o aplaudia.
O patrão, como parece que é chamado por seus colegas, agora já não resolve mais. Praticamente assiste a cada gol que sofre, sem esboçar reação nenhuma. Não sai mais do gol a não ser nas bolas fáceis. Rebate quase todo chute. A bola parada que era uma virtude sua, virou um pesadelo. Não faz mais quase gol de falta e os pênaltis são um terror. Falta humildade para deixar outro companheiro melhor preparado executar essas cobranças. Além disso, nenhum adversário o respeita mais, pois sabe que pode bater de longe que talvez faça o gol, se não direto, talvez no rebote. Ninguém o teme mais.
Isso faz Ceni perder a moral com seu grupo. Assim como os adversários que não os respeitam mais, seus colegas respeitam sua história, mas não seu momento. Certamente pensam, “pô o cara pode tudo e na hora de aguentar, não aguenta?!” Pois é meus amigos blogoleiros, o fim da linha chega para todos. Chegou sim para Ceni. E pode chegar da pior maneira possível para o goleiro. Caso não abra o olho, possa ter que disputar a Série B, pela primeira vez na história do clube, no ano que vem. E isso não é nada impossível! A campanha do São Paulo é pífia.
Disse um jornalista hoje, aposentar seus ídolos é uma das tarefas mais difíceis para um clube. Aposentar um Mito mais ainda. Mas chegou a hora. Agora na metade da competição não ficaria nada bem para o ídolo que é. Mas caso o São Paulo se mantenha na Série A, Ceni tem que pendurar suas luvas no final do ano. Será um bem para o clube que ele tanto ama.
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