Uma das mais antigas discussões aqui no Guarda-Metas.com toca a marca alemã Reusch e suas luvas. O principal nome em se tratando de luvas de goleiro no mundo, juntamente com a compatriota Uhlsport, possui modelos para o mercado europeu que são diferentes dos modelos latino-americanos. Tais diferenças, além de visíveis, também se dão nos próprios nomes das linhas.
Para acabar de uma vez por todas com essas dúvidas de toda a comunidade dos goleiros do tipo – Por que a Reusch do Brasil é diferente da Europa? Por que não se vende aqui o modelo Europeu? A luva brasileira é uma réplica?- contatamos a Reusch Brasil. Seu representante oficial, Edson Pinedo, fornece abaixo o posicionamento oficial da empresa. Confira na íntegra:
A linha Reusch para o mercado latino-americano tem acompanhamento e certificação da Reusch Internacional. A Reusch não trabalha com réplicas. O que existe são diferentes modelos dentro de uma linha de desenho mundial. Exemplo: o modelo com corte rollfinger para o mercado europeu chama-se Special, enquanto o latino americano é o Kombat. Não trata-se de réplicas, são modelos diferentes de uma mesma linha.
Sobre o látex, a Reusch Internacional trabalha com uma série de compostos, com destaque para o G2 (uma evolução do G1), M1 (a tradicional Mega Grip) e o S1 (o tradicional supersoft alemão). Assim como acontece com os modelos de luva, a Reusch Internacional pensou um látex específico para as condições climáticas da América Latina: o SSG (supersoft grip), um composto balanceado com látex natural, porém com durabilidade um pouco maior que o G2 e aderência sob qualquer condição climática. Esse látex foi o resultado do equilíbrio entre o bom rendimento do látex S1 (supersoft tradicional alemão) e a aderência superior do látex G1 (supersoft mais macio e com mais processos de lavagem). Falando na prática, o resultado é um M1 pensado para nossas condições climáticas.
Mas por que fabricar em dois locais distintos? Não seria mais fácil fazer toda a coleção em um só lugar? Seria, de fato. Mas existe um grande problema aí: as condições tributárias dos países latino-americano, com vários dos mais altos impostos do mundo.
A Reusch Internacional, assim como outras tradicionais marcas mundiais, fabrica a maioria de seus produtos na Ásia. E países do nosso continente, na sua imensa maioria, possuem impostos de importação altíssimos para produtos vindos do oriente, isso fora os impostos internos de venda/revenda.
Um produto vendido na Europa paga uma parte ínfima dos valores de impostos que as empresas brasileiras pagam para revender um produto, por exemplo. Nos últimos anos temos visto grandes marcas deixarem o Brasil por não haver viabilidade de oferecer um produto mundial sob as condições do nosso mercado.
Pensando nisso, a Reusch Internacional tem se esforçado ano a ano, através da Reusch Latino América, em oferecer produtos que possam ser competitivos dentro do país. A cada ano tem ficado mais difícil, sabemos que um par de luvas de marca internacional está longe ter um preço dos mais convidativos.
Vai aqui um exemplo rápido: a linha Waorani fabricada na China, que atende o mercado europeu, asiático e norte-americano, teria que custar ao consumidor final brasileiro, graças aos impostos de importação e revenda, incríveis R$ 527,11 (valor referente ao Waorani Ltd G2). A mesma luva custa na Espanha, com o valor do Euro já convertido, o equivalente a R$ 244,80 (79,90 Euros).
Assim como entendemos o esforço do goleiro brasileiro em comprar artigos esportivos pagando um dos mais altos impostos do mundo, gostaríamos de contar com a compreensão de todos sobre o esforço que também fazem lojistas e distribuidores em sobreviver num mercado tão hostil como é o mercado brasileiro. Atenciosamente,
Reusch Brasil
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